sexta-feira, 6 de julho de 2007

Pai


O caminho do exílio pode ser muito longo
e o retorno demasiado áspero
talvez um dia retorne
talvez retorne um dia
não estarão entre os vivos alguns amigos
e outros me esquecido
ou esquecidos por mim
da minha rota o Norte
a tua imagem junto ao mar
os olhos em lágrimas
a certeza da minha volta
sem qualquer movimento das mãos
sem qualquer palavra de adeus.



de A imutabilidade do gesto

helio a. rodrigues (1938-2007)



saudades demais



quarta-feira, 27 de junho de 2007

É hora


Rever. Sempre rever. E então desconstruir. Tudo o que aprendeu agora tente esquecer.

Está na hora de acordar. Levante. Quando voltar a deitar que seja para descansar. Não para ficar matutando.

Quero ser corajosa, mas quero ter misericórdia. Ou não?

Quero sim que não se sofra mais. Que não se aflija mais. Que não haja perigo. Que não haja castigo.

quinta-feira, 17 de maio de 2007


Pedalando, sentindo, pensando. A noite caiu cedo hoje e acabei passando por lugares muito escuros e ermos. Crepúsculo. Noite. Belo, terrível. Só carros que passam apressados e muito perto. Estava chuviscando, chove desde ontem. Tudo molhado. Buracos, poças. Cidade para carros apenas. E o frio e a chuva já caindo na cabeça daquele que não tem teto. O único que estava na rua. Cidade para ricos apenas. Insegurança por não ver ninguém. Insegurança quando vejo alguém.

Seguros em seus carros e nas trancas de suas casas alguns nunca saberão.

Mas assim prefiro. Cheia de barro, molhada e suada. Assim eu pulso.

domingo, 6 de maio de 2007

Deixe entrar e mostre sua indignação!

Dia cinzento. Entra o vento pela janela. Mais uma vez. Também pela janela vem uma idéia, ou uma semente de uma idéia, de como poderemos resolver nossos problemas. De como poderemos enfrentar todas aflições. Pela janela entra um recado, de que devemos nos posicionar. É difícil eu sei. Mas devemos sim.

Eis que pela janela chega uma mensagem, muito bonita, uma chamada, para nos encontrarmos no dia 7 de junho. Todos. Vamos às ruas para então fazermos valer nossas escolhas, nossa não escolha, porque não podemos mais deixar que outros decidam os rumos do planeta, das nossas vidas. Dia 7 de junho todos nas ruas para manifestarmos nossa indignação e revolta contra o G8!! Nós só precisamos nos mobilizarmos, nos encontrarmos e estarmos juntos.

Deixe entrar pela sua janela, essa vontade. E que ela se instale e vc perceba o quanto vc é importante nesta luta.

Essas quatro paredes....

Obrigada “seja a ameaça” (http://www.fotolog.com/molusculo) pela chamada e inspiração. E eu aqui também quero divulgar esta outra chamada, também para o dia 7 de junho! http://www.youtube.com/watch?v=EwHlbBbZNT4

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Como é quando...

Penso na estrada. É como voar,é como voar!
Levar quem sabe a revolução que tem dentro de mim. Encontrar dúvidas...e respostas.
A cama é o chão, ou o banco, com sorte o sofá em um canto qualquer, com mais sorte ainda a grama.
Na estrada penso no que vejo passar e sinto passar e não deixo passar eu vivo o passar.
Experimento, cheiro e dou um grito silencioso de satisfação.
Posso por vezes me afastar. Me afastar. E voltar mais forte, mais segura. Sim ,é isso que estrada me faz!
Amiga conselheira também te tornas desafio e incerteza. Então daí aprendo a te respeitar estrada, aprendo a me respeitar.

Correr,correr! Não é fugir, antes que alguém o diga, é ser livre!!

E se você estiver lá vai ser completo, se você não estiver vai ser necessário.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Mesmo que não encontre resposta

Deveríamos lutar. Pela mudança, pelo que acreditamos, pelo que somos de fato. Deveríamos lutar. Para fazermos o que é preciso, o que for preciso. Deixar o desnecessário, quando realmente assim o for, porque há quem confunda o que necessidade significa. Ainda que necessidade seja diferente para cada um.Deveríamos lutar. Para não sermos tomados pela frustração e apatia.

Sabemos pelo que lutar? Temos algum sonho ou ideal? Queremos objetivamente alcançá-lo? Ou estamos apenas torturando as pessoas com nossos caprichos porque não sabemos de nada ,não buscamos nada além de auto afirmação? Pergunte-se.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Sopra Reafirma Limpa


Chegou o vento. Frio. Mas isso não é ruim. Carrega frescor e esperança. Traz ares de outros lugares que podíamos ir.Mas enquanto não, ele sopra no meu rosto. Sopra segredos, reafirma a luta que nunca pode ser esquecida, limpa meu pulmão.

Se em alguns momentos está difícil pra você, é porque você cresceu e vê. Mas não vai ser sempre assim. Não se preocupe, não há o que temer mais, só continuar resistindo.

Vai dar tudo certo. Tudo certo. confie no vento.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Condição


Cheguei salva,mas essa tristeza me consome por saber que nada do que tenho feito ou do que eu faça mudará minha condição.

E a cada dia que passa mais certa estou de que a luta é diária, inevitável, necessária e dolorosa. E eu não queria que fosse assim. Mas é. Não quero cultivar a dor, mas ela está presente e por isso suporta-la não é uma opção, é o que restou. Se você sabe que eu já disse isso, não importa, encare como uma convicção.

Cheguei salva mas sei que muitas não tiveram a mesma sorte essa noite. Então não é possível sentir alívio pleno.

Temos tentado, tenho tentado.

Acordo e sigo. Tenho que construir barricadas. Sério. Algumas construí ao longo da minha vida. Não que eu quisesse. Sim, verdadeiras barricadas para impedir humilhação, desrespeito, invasão...Nem sempre vamos ser compreendidas quando tudo se confunde com o que está estabelecido de tal forma que faz cegar. Mas eu não posso esquecer que tenho que construir uma barricada materializada para que ele não entre.

Cheguei salva,mas não sei se sã. E em meio a tudo escrevo, busco água de galão na rua, pedalo, ouço música, discuto, arrumo tijolos, faço carinho na cadela, no cão, no gato, no outro gato, leio, busco verduras e frutas que sobram das feiras. E acabo me esquecendo e me sinto igual. Mas não sou.

Volto pra minha outra casa onde está o meu filho. Converso. Atenta. Posso relaxar quem sabe. Escrevo de novo. Não gosto de ônibus. Mas tava um tanto tarde pra mim. Pra mim. E para todas as outras.

O que há de bom em sermos o que somos tem um preço muito alto.

Cheguei salva.E pra quem não chegou peço perdão por não ter ajudado em simplesmente nada.

domingo, 11 de março de 2007

Isso é feito todos os dias

O dia 8 de Março passou. O dia da mulher. O que fizemos nós? Bem, uns participaram de manifestações, refletiram, discutiram.


Outros ficaram envoltos a flores. Entregaram flores? “parabéns, parabéns! Hoje é seu dia viu? aproveite”.Sei.

Mas não.não é meu dia.É dia de sair às ruas para mostrarmos nossa insatisfação, inconformidade, nossa reivindicação. Mais um dia para resistir e lutar!

Agora, isso é feito todos os dias... assim que o sol nasce. Isso quando conseguimos dormir. Quando os pesadelos deram trégua.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Mas eu tento

Sim eu preciso de força. E preciso me desapegar.
E
Pena que as pessoas não voam não Douglas. Porque o vento no rosto e a brisa lá no alto seriam fundamentais neste instante. Mas daqui, com os pés na terra tento alcançar o inatingível.

Mas é daqui.

Mas eu tento.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Fracos e Minorias

Consideram fracos e minorias os que não estão no poder e povos sofridos. Mal sabem que esse rótulo não faz sentido nenhum. Maioria somos e fortes nos manteremos, mais que qualquer um que comanda e controla riquezas e poder, pois fraco é esse que se levou assim tão fácil pela ganância.